6/30/2008

E vai sendo assim.

O tempo as vezes não me parece tão rígido.

Olhando quieto...
Aos números, as pessoas, as luzes ascendendo.
O céu cinza se aproxima de um azul escuro
O vento já não é mais o mesmo, agora me faz lacrimejar.
...
Pena que o tempo é o mesmo
As horas, e consequentemente os dias
Passarão da mesma maneira que antes.
Mas me coloco tão pessimista, que começo a acreditar
Que as coisas andam mais lentas
As cores se tornam mais frias
Uma lentidão eterna,
Até na espera cansada de um simples telefonema.
Aquela simples ação de vozes interpoladas
Faz o tempo andar correndo
Brincar comigo
Triste o ato de desligar, voltar à lentidão serene da espera.
E dói o ato de caminhar, passar pelas pessoas quietas
Pelas luzes tão mapas
Me levando até aqui.

6/20/2008

As noites não costumam ser assim...

... mas as vezes são!

Melancólico, eu estou.
A música baixa, o copo quase seco, quase cheio.
A dor que o frio me proporciona é culpa da janela.
As outras dores são culpa do mundo que a janela guarda.
O piano soa uma melodia tranqüila, não ajuda.
O violão está encostado... o copo não se mexe.
A janela bate avisando que mais pesares estão chegando
Um grito fino assusta, entristece.
A música continua travando.
Travando o olho fechado
Travando a garganta...
As luzes se apagam quase que de forma seqüenciada,
A medida que as horas passam.
O copo continua parada
O frio continua latente
A dor trava.
Aquele piano que tocava parou
O som da dor continua a gritar
Eu me levanto
E ali, calo a boca do mundo!

6/01/2008

Não fazia nem sombra

Por alguns instantes, estabilizou-se!

E a luz?

De repente, somem-se os ruídos do mundo.
Instaura-se um silêncio estranho pra hora, pois pouco passa de 2 da tarde.
De repente, as pequenas luzes vermelhas se apagam, os barulhos constantes cessam.
As vozes outras ficam claras, as palavras chegam diretas, firmes.
Estranho entender tudo
Uma tristeza pensar que quando apertarmos os botões, mas nada acontecerá.
E assim fica um silêncio quase que puro, durante algum tempo...
...
Estranho pensar em tudo
As palavras que escuto começam a formas imagens, e delas pequenos filmes.
Imagino situações, procuro um relógio.
Acho um relógio, e suas horas apagadas.
Encontro ainda um brilho móvel, que me informa as horas.
Pouco falta para as 3 da tarde.
Coincidentemente, nesse exato momento, os saudosos sons preenchem meus ouvidos.
Cria-se uma sinfonia de sons casuais, que por certo instante, não fazem sentido.
Certo alívio pela volta das luzes, dos números, do barulho.
...
Estranha saudade do silêncio.
(Liga-se a televisão)